Hoje trago-te o vento; eu sei
que mais não pode ser o que te der.
E calo-me; o resto já to dei,
ao teu sereno pasmo de mulher.
Hoje trago-te o vento, vento,
o que ele tem mudado para nós.
(O nosso passo antigo que era lento
juntou-nos de repente numa voz.)
Hoje trago-te o vento renovado,
o vento que de longe chegou cá:
em cada monte e esquina foi lavado
para chegar ao fundo do que há
nesta pobreza de hoje, e, cá chegado,
entrar na mão de carne que to dá.
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